quarta-feira, 28 de maio de 2014

Agentes Físicos

Hipertermia

A hipertermia encontra-se geralmente relacionada à incapacidade do organismo de promover calor com o ambiente externo imediato; a incapacidade de reduzir e manter a produção interna de energia térmica a um patamar aceitável - o que ocorre, a exemplo, em casos agudos de febre; ou a qualquer outro fator que impeça a igualdade entre as taxas de produção interna de energia térmica e de calor entre o organismo e o ambiente externo imediato de forma a implicar saldo positivo à favor da primeira. Implica diretamente em uma quebra da homeostasia do organismo, geralmente o corpo humano.

A hipertermia pode ser causada tanto por elementos externos, como exposição ao Sol; exposição por longo tempo em banheira muito quente; proximidade a fornos ou locais de grande temperatura; e também pode ser causada por descontrole ou reações inatas ou induzidas no próprio organismo, a exemplo em virtude de alguma doença.

A temperatura humana normal está próxima aos 36,5 °C. Aparte situações crônicas, casos febris ou de outra ordem que impliquem temperaturas não superiores a 40 °C não são, em geral, casos de risco de morte. Em casos onde a temperatura corporal eleve-se a patamares superiores a 40 °C podem-se detectar convulsões; e se a temperatura exceder 43 °C, o quadro geralmente levar o indivíduo ao hospital, e, em casos extremos, à morte.

Temperaturas elevadas implicam o comprometimento da ação das enzimas, proteínas que funcionam como catalizadores das reações metabólicas, em virtude de suas desnaturações. Por sorte, tais casos são, salvo causas específicas como processos infecciosos agudos, processos alergo-inflamatórios graves, e intoxicações específicas, raros de ocorrer no ser humano.

É importante diferenciar a hipertermia da simples febre no manejo terapêutico de afecções comuns. Não obstante, a febre é um tipo de hipertermia.
A febre materna no momento do parto está associada a maior ocorrência de depressão neonatal, convulsão e pior prognóstico neonatal, incluindo o aumento do risco de encefalopatia, e paralisia cerebral de causa não detectada. 


Ultrassom na gestação para detectar malformação fetal.





Vale a pena conferir! 

Agentes Biológicos



Herpes Simplex

Tem sido relatado que a infecção por HSV no início da gravidez triplica a taxa de abortos e que a infecção após a vigésima semana está associada a uma taxa mais alta de prematuridade. Em geral a infecção é transmitida próximo a época do parto, e as anormalidades relatadas são a microcefalia, microftalmia, displasia da retina, hepatoesplenomegalia, e retardo mental. Entretanto, a criança adquire a infecção da mãe ao nascimento como uma doença venérea, e os sintomas da doença aparecem então, durante as três primeiras semanas de vida. Esses sintomas caracterizam-se por reações inflamatórias.
Na maioria dos casos, a herpes pode iniciar em qualquer época da gravidez entre nove semanas e uma semana após o parto, com média de início durante as primeiras 21 semanas de gravidez. Geralmente, a doença pode durar várias semanas, mas pode persistir ainda por vários meses após o nascimento do bebê.

Segundo a ginecologista, o tipo dois do herpes simples - a genital - é responsável por 60 a 80% das infecções neonatais. Existem três padrões clínicos em que a herpes materna pode se manifestar no feto ou recém-nascido:

A forma intrauterina, causada no primeiro trimestre, é comum a incidência de abortos espontâneos. Depois deste período, as principais causas são a prematuridade no nascimento, microcefalia - retardamento do crescimento da cabeça -, catarata e cegueira. Já a forma assintomática, que não sofre nenhum sintoma, é rara em grande parte dos quadros.

Em 30% dos casos, a forma mais comum do herpes, quando não tratada, pode atingir o sistema nervoso central, podendo causar encefalite - inflamações agudas do cérebro -, que anteriormente se manifestou com febre, apneia - falta de ar durante o sono - e convulsões. Em sua forma mais incomum, mas ainda frequente, é o início dos sinais na primeira ou segunda semana de vida da criança e é causada em ambos os tipos do herpes. As consequências mais recorrentes, neste caso, são a pneumonia e a icterícia.


Agentes Biológicos

Toxoplasmose 

 Foi demonstrado que a infecção materna com o protozoário parasita toxoplasma gondii que é adquirida em carne mal cozida, através de animais domésticos ou solo contaminado com fezes, produz malformações congênitas.
 A criança afetada pode ter calcificação cerebral, hidrocefalia ou retardo mental. Também foram relatados coriorrenitite, microftalmia e outros defeitos oculares. É impossível dar um número preciso sobre a incidência de malformações causadas pela toxoplasmose, pois como ocorre em citomegalovírus, a doença em geral não é identificada em mulheres gravidas.
 Os problemas variam de acordo com o trimestre da gravidez em que ocorre a infecção materna.

 No primeiro trimestre, se a mãe está com a doença ativa e há a transmissão para o concepto, o estrago é muito grande. A criança pode ter encefalite e nascer com as sequelas da doença, ou apresentar lesões oculares cicatriciais e prejuízo importante da visão, entre outras consequências. É bem verdade que, nessa fase, não é incomum o abortamento espontâneo tal o tamanho dos danos que o parasita provoca no concepto. De qualquer maneira, nesse período, a probabilidade de transmissão para o embrião é menor, não ultrapassa a 10%, 20% dos casos.
 No segundo trimestre, a transmissão ocorre em 1/3 das gestações em que a mãe apresenta a doença ativa, mas o feto consegue conviver razoavelmente com as agressões do parasita que serão mais atenuadas, embora possam ocorrer pequenos retardos mentais e problemas oculares, por exemplo.
 No terceiro trimestre, a transmissão da mãe para o feto é muito comum, mas a doença se mostra mais benigna e muito menos problemática para o recém-nascido.
 Resumindo: do começo para o final da gravidez, cresce o risco de transmissão do parasita da mãe para o feto, mas diminui a gravidade da doença para o recém-nascido.
 Os riscos da toxoplasmose na gravidez são maiores quando a mulher nunca teve contato com o parasita, pois se ela for infectada ao longo da gestação, poderá transmitir a doença para o bebê, trazendo problemas muito graves. 
 Durante os três primeiros meses de gestação, o risco de o bebê ser infectado é baixo, mas o risco de lesões é elevado, incluindo:
  • Aborto espontâneo;
  • Hidrocefalia;
  • Atraso mental;
  • Calcificações cerebrais;
  • Lesões nos olhos;
  • Cegueira;
  • Surdez;
  • Convulsões e
  • Atraso do desenvolvimento.

Agentes Biológicos

HIV
O HIV pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez, durante o parto ou através do leite materno. Esta é a terceira forma mais comum de transmissão do HIV no mundo. Na ausência de tratamento, o risco de transmissão antes ou durante o nascimento é de cerca de 20%, enquanto na amamentação é de 35%. Em 2008, a transmissão perinatal foi responsável por cerca de 90% dos casos de HIV em crianças. Com o tratamento adequado, o risco de infecção entre mãe e filho pode ser reduzido para cerca de 1%. O tratamento preventivo envolve a mãe iniciar a terapia antirretroviral durante a gravidez, fazer o parto através de uma cesariana, evitar a amamentação e administrar medicamentos antirretrovirais para o recém-nascido. Muitas destas medidas não estão, porém, disponíveis no mundo em desenvolvimento. Se o sangue contaminar alimentos durante a pré-mastigação, pode haver risco de transmissão.
Este vírus causa a doença da imunodeficiência humana (sida) e pode ser transmitida para o feto. O vírus não parece ser um teratógeno importante, apesar da microcefalia, retardo no crescimento e fácies anormais terem sido atribuídos a seus efeitos. 


Tabagismo






Agentes Químicos

Tabagismo
Mulheres que mantém o vício de fumar nos primeiros três meses de gravidez correm o risco de sofrer aborto natural, sangramentos, descolamento de placenta e parto prematuro, além de problemas de saúde congênitos para o bebê. 
Quando ainda está na barriga, o feto absorve tudo que está no sangue da mãe. A mamãe fumante, além de oxigênio no sangue também tem monóxido de carbono, que é liberado pela fumaça do cigarro. Ou seja, o bebê “fuma” junto com a mãe.  Além disso, a nicotina, outra substância presente no cigarro, estreita os vasos sanguíneos fazendo com que chegue menos nutrientes e oxigênio para o feto, o que pode acarretar graves problemas de desenvolvimento.
Além dos males que o cigarro traz para o feto, a saúde da mamãe também é prejudicada. Por causa do estreitamento dos vasos sanguíneos causado pela nicotina, e da pressão natural que a gravidez causa nas veias abdominais, a circulação de sangue nas pernas fica comprometida, podendo causar trombose, que é a formação de coágulos dentro das veias. Se não for tratada rapidamente, a trombose pode se complicar e acarretar problemas mais sérios como:
Embolia pulmonar: o coágulo pode soltar da veia e ir até o pulmão, causando falta de ar e dor para respirar. A gravidade do problema depende do tamanho do coágulo, variando desde sutil até insuficiência respiratória aguda.
Trombose na placenta: é a formação de coágulos na placenta, que pode evoluir para insuficiência placentária (a placenta não consegue mais levar oxigênio e nutrientes para o feto). A gravidade também é variável, e nos quadros mais graves pode levar até a morte do bebê, além de provocar uma série de defeitos congênitos graves, incluindo defeitos cardíacos, falta membros / deformado, pé torto, distúrbios gastrointestinais, distúrbios e facial (por exemplo, dos olhos e lábio leporino / palato).